quarta-feira, 10 de julho de 2013

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A Intrusa

Adentrei o quarto, ela estava ali
Vestia minha camisa vermelha
Que casou feito pluma
Com a tentação em seu sorriso
O rosto era um desenho suave
De sobrancelhas vis
Separando das vestes a vermelhidão
De seus cabelos

Usava uma saia em tons selvagens
Verdes e azuis-marinhos luminosos
Que, à meia-luz, se alaranjaram
Selva e sonho, cítrica acidez
Cores musicais, insaciáveis
Perante a firmeza de seu olhar
Janelas de vidraça agora rompida
Estilhaços cristalinos, estrelas

Havia apenas luz de velas
Projetando sua sombra com precisão
Penumbra perfumada
Sapiência que dá lugar ao romance
Magia negra que purifica
Feitiço harmônico, desejo escorregadio -
Escapado a um começo cafeinado
Aconchegando-se no inesquecível

Fitou-me e me assustei
Ainda não me era crível aquilo
O álibi da surpresa sequer existiu
Foi o crime mais que perfeito
A cena que transborda encanto
Num filme retrô em tecnicolor
E no desenrolar daquele momento -
A mais verossímil atuação

Do elenco.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Despertar

Abriu os braços em pêndulo
Desafio gravitacional
Implodia, logo, explodiu
Fugaz
Fez-se fenda no tempo
Topo
Cume
Vórtex
Despertou de um sonho
Conhecido por
Realidade