quinta-feira, 20 de novembro de 2014

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Talvez o que assuste em mim é essa minha obsessão de entrar na vida das pessoas quando sinto que elas têm algo, alguma coisa que valha a pena descobrir.
Normalmente pessoas assim são temíveis de descoberta. Assim também eu deveria ser.
Poderia harmonizar e mediar minha ânsia frente ao desvendar das maravilhas de cada um, porém, lá no fundo, martela a sensação de que só se vive uma vez (teoricamente), e isso em nada ameniza a minha fome de alma.

Ou são as intenções.
Segundas, terceiras, quartas, milésimas...
Tão chato seria ter apenas uma.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Caixas

Quando paro pra pensar sobre as caixas
Eu me sinto um tanto, um quanto nanico
Bem, de fato são mais confortáveis
Do que aqueles flatulentos, viscosos penicos

Caixas são de mais variados tamanhos
Cores, aromas e objetos: nunca estou só
Dentro delas, sempre sou uma outra pessoa
Muitas vezes, misto de tralha, mofo e pó

Pra cada caixa houve um momento chave
Em que a chave em si foi que me libertou
Quando pensava ser livre, eu era a borda
E a borda era só um sonho que se calou

Mas não tem problema! Ó, donas caixas
Cada qual, um pedaço do que houve em mim
Algumas somando o que sou por inteiro
E de todas eu logo soube que seria assim

De tristeza e lágrima tem as caixas d'água
A madeira molha e logo nada há de ficar
Vem a terra, um dia, e forra alguma caixa
Dá ao broto a força pra a tampa quebrar

De maluco e beleza vem o vento e sopra
Tira o pó, mas é passageiro feito a idéia
Faz as caixas evoé, vão se embaralhando
E às vezes isso me dá uma tremenda diarréia

Sei bem é que um dia eu vou ter tanta caixa
Que nem vou sequer é ter coisa tanta pra guardar
Rezo pra que eu não fique em caixa aí pelos cantos
Logo agora que estou aprendendo a me virar

Se tu tem aí contigo uma caixa, e eu tô dentro
Faz logo o favor de me dar um pouco de ar!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

terça-feira, 4 de novembro de 2014