quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Vivo.

É idiota só saber escrever solidão
Um murro na cara de quem não pede perdão
Me sinto imbecil e nem um pouco construtivo
Quando faço rimas em torno deste tópico destrutivo

Vou separar em estrofes, vamos lá
Tô socado no meu quarto há meses, tô sem ar
Abro a janela e logo fecho por causa dos bichos
Isso não tem nada a ver com o fato de escrever merdas

A solidão é um mal que a gente inventa
O bloqueio, a incapacidade que deus não aguenta
Estar só é só porque não se está legal consigo mesmo
É a coisa mais imbecil que em anos já me aconteceu e acontece

Porque, na verdade, sou egoísta e teimoso
E o que há de errado nisso? É o pecado de homem
Só preciso confiar mais na minha visão de mundo
E parar de tentar sentir que preciso de qualquer coisa

Aí voltamos ao tópico de precisar não precisar
Que engraçado, teimosia e egoísmo, junto com duplipensar
Eu tenho que, mais do que eu quero, eu tenho que, logo, não quero
Por que não quero? Ora, eu devo querer. Talvez porque devo é porque não quero.

O dever, o que há de errado com ele?
Aceita logo que tens uma missão neste mundo.
Procura encontrá-la, pra que tu te conheças melhor
E, se não encontrá-la, ora, faz a tua própria missão, és capaz!

Escrever sobre depressão, ansiedade e o caralho
É um troço que só vai te deixar ainda mais pra baixo
Tem tanta coisa acontecendo, mas tu tem tanta coisa boa
É só parar de lutar consigo mesmo, e começar a enfrentar o mundo

Que, por sinal, não é assim tão grande quanto tu pensas
Tem muita coisa acontecendo, sim, mas muito do que acontece se repete
Tu também vai se repetir, isso é o que acontece com o cosmo em geral
Não tem problema, sabes disso, então, repita-se, mas com genuinidade

Aproveita esse vasto vocabulário que, até agora, não usastes pra porra alguma.
Faz alguma coisa, nem que fique feio, que seja bruto, apenas faz.
Sem ficar lutando consigo mesmo, as pessoas sentem medo, não é bom.
Apenas faz. Alguma coisa, qualquer coisa, e não tenhas medo.

Não ter medo de se expor. Ou ter, mesmo assim, driblar.
Entende? Não são todos os que te observam a todo o momento.
Ninguém te espera sair de casa pra marcar em um calendário do diabo.
Conversa mais contigo mesmo.

Olha a capacidade de fazer coisas inacreditáveis, ou apenas belas.
A vontade gostosa de sentir que está fazendo, apenas.
Finaliza os teus projetos e, se não ficar bom o bastante,
faz de novo. De novo, de novo, de novo, até encher o saco.

Depois leva o saco pra algum lugar, e mostra, deixa à mostra.
Muitos vão achar só algo, poucos vão achar lixo
Menos ainda acharão que é algo mágico
São os certos, mesmo que tu não aches.

Pára de te preocupar com tudo o que acontece à tua volta.
Pára de colocar defeitos nas coisas que tu ainda não fez.
Pára de dizer pára pra coisas que vão te chacoalhar a alma.
Pára de pensar muito antes de fazer as coisas, mas pensa, ainda.

Continua a fazer, apenas - e simplesmente -, fazer. Faça.
Pontualiza bem, mas não te julgue incapaz por não cumprir tudo.
Se não for, diz que não vai ir, se disse que vai, faz um esforço, e vai.
Ora, é tão simples, é tão... simples.

Tudo o que tu precisas é não precisar de nada, mas precisar de ti.
Precisa de ti, sente de ti, vem de ti, mas depois, por favor, volta - a ti.
Pega aquilo que não te faz bem, que é confuso, e coloca em segundo, terceiro, centésimo plano.
Ou, se estiver te matando, enfrenta, ou esquece.

Sorri com as tuas coisas, visita mais os teus amigos.
Visita mais aqueles que não estão tão próximos
Pra tentar entender porque isto aconteceu, ou por que estão não tão próximos.
Vê as pessoas, os conhecidos, os amados, mas ama, ama e te apaixona mais.

Erra mais, fode mais, volta a enxergar as tuas vantagens.
Vai e te compara mais com aqueles que não queres ser
Tenta entender por que não queres ser, tenta desvendar a si mesmo
Sem te ferir, sem desespero.

Medita mais, respita mais, percebe-te mais, erre mais.
Erre bastante, tentando acertar, se ferir alguém, peça desculpas.
Mas não te impõe tudo isto que estou a pensar agora.
Apenas viva. Viva. Viva a vida. Vida, viva ela.

Vivo.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Eu só vou.
Eu vou...

Só.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

@lone.

Ring the bell and there's no one home;
Arrive back and everybody's gone;
Wait for the beep that won't reach the phone;
Give up. Find yourself alone.

To be normal?

To be normal: to not emphasize it.
To reach a state where one does not care if people know that he's not emphasizing it.
After all, being normal is simply being yourself, and being yourself is the hardest thing.

Mortal Man (up)

Inside a mortal man
Lies a shiny god
And a deadly beast

He has journeyed far
Think he's saw enough
Though still he's so young

Duels within himself
Praying for the prey
And starving to death

Weird dreams haunt the man
As he thrives for peace
But his anger is hurt

Ice Cream

The day that you leave me
I'll scream
You're just like a dream
Ice cream

The Train

Here I stand
Waiting for the train that never comes
That old train, sculpted in my late bones.
But I don't wanna wait.
Oh I don't wanna wait.

For ages have I sailed
Many pages I have written
Now I read it, read it, read it
And always forget what I meant

Someone told me the train's a comin'
I have a glimpse of it's arrival
But daddy told - don't trust anyone
Anyone but yourself

So I picture myself
I am pushing my train onward
I am leaving myself behind
And though I am inside the train
I am always behind the train

Suddenly I'm back
Where the dreams are venomous
And daydreaming is poisonous
And the train is so far away
Oh the train is so far away

Now I dance around conclusions
Over facts that just can't be
Visions and delusions
I saw Eve - she chopped the tree!

In this endless ride inside me
There's no time to get it down
The train keeps me from being free
Sees me playin' a lonely clown

Someday I'll ride the train
But it won't ride me no more
First I must understand
How come one crosses the shore

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Se foi bom, não sei.

Me disseram para parar
Mas eu não parei.

domingo, 2 de agosto de 2015

A última poesia supimpa.

Este é meu derradeiro texto para encerrar um sonho em vida
Um sonho que não pode ser, tão concreta é a partida
Daquela que deteve toda uma emoção completa
Que entortou minha espinha, fez minh'alma ereta.

Um episódio onde dois não se uniram em batalha
Contra três ou mais, porém, remoendo migalhas
A epopéia de um que sonhou um dia em realizar
Mas que em sonho ficou, realidade a lhe entortar.

O altruísmo de te querer bem, nas dependências de um amigo
É muito lindo, embora não caiba sequer em meu umbigo.
Cabe a mim dizer que jamais te quis qualquer mal
É só que tua presença não preza um destino carnal.

Nobre é o homem que não teme os seus sentimentos
Sagaz, porém, o que não sucumbe a contratempos
Surgidos de fantasias que tendem a nos sufocar
Sagaz, aquele que roubou bocados de teu ar.

O amor que há de vir, constrói-se em vida
A matéria prima é vencer a partida
Até que a emoção torne a ser completa
Até que a espinha torne a estar ereta

Mas de nada adianta caprichar na janta
Se o fogo, mana da tua vela, não encanta
Sem ter os teus olhos brilhando em meu céu
Estrelas no céu da tua boca, sem mel.

Atravessando as sombras de todas más línguas
A revirar alegorias, tornei-me mar de ínguas
Enfeitado com o aroma de velhas olivas
Não foi preciso tamancos para dançar sob ogivas.

É fato que sempre tomo o ônibus espacial
Rumo àquela novela que reprisa, sem muito sal
Concordo que muito depositei nesta poupança
Que mais cantou meu medo do que sorriu na minha dança.

Mas muito atribuo a ti, sei muito bem disto
É que não sei lidar com o que um dia foi bem quisto
Só posso dizer que muitas oportunidades criei
Mas o dom de esperar - não fez de mim o teu rei.