quarta-feira, 23 de abril de 2014

Lonewolf...

Lonewolf
Where are you headed to?
Don't answer me
Don't answer me

I'll watch
Your every step
Until you melt
Into the horizon

quinta-feira, 17 de abril de 2014

[R.G.Bee]


quarta-feira, 16 de abril de 2014

A e D

Este texto é dedicado às Natalias A e D.
(se sabe-se não identifique-sô)

RASGA as tuas vísceras com elegância DEVASTADORA
COSPE neste papel que te alucina feito a ELEONORA
faz da tua vida UM BELO BORBULENTO DE JARDIM
POIS O MELHOR DA VIDA é saber ser meio assim...

SEM NADA de se levar, elevar ou INCORPORAR
QUEM SABE um tudo haver, mais difícil SE PÁ
pois o que realmente importa NÃO É O TAMANHO DA TORTA
MAS SIM O SABOR que vem dos hortifruti da tua horta...

Obrigado pela atenção.
Amo ocês, caras A e D.

sábado, 12 de abril de 2014

[maybee..i'm-an-ant!]















maybee..i'm-an-ant!

photoshoot at new cages

of silent surroundance
being born
quick
but
smooth
from a moonlit stare
into the illusionary sunlight
of each daily
passing-by
expendable

glimpse
of
eternity.




...3

Said the falling star
To the broken heart:
- How much is your dream worth?

[...X]

O enigma da existência
É a conciliação entre sensações
E desvairada sapiência


[divine moment of thunder]


Loc Doc - Construção

- Bom dia, doutor.
- Olá. Tudo bem?


- Mais ou menos.
- Sente-se, por favor.


- …
- Então, o que há?


- Sinto um vazio, um pedaço que me falta.
- Divague.


- …
- …


- Como se eu estivesse aqui, mas não estivesse, entende?
- Hum. Sim, sim. É. Isso é comum. Todos nós sentimos falta de algo, mesmo não sabendo do que se trata. Não acha?


- É, eu sei. Mas é muito forte, sinto um aperto que me mata lentamente, não sei o que fazer.
- Uma espécie de solidão, presumo?


- Exato. Me sinto só. Caminho e o tempo passa lentamente, embora, de fato, eu não o perceba, sinto o tempo como uma sombra, só que, ao invés de me seguir, ele fica na minha frente e me atrapalha.
- …


- …
- Bem. Isso resulta de uma ansiedade decorrente. Com qual freqüência olhas o relógio?


- Quase nunca. E também nunca sei em que dia estamos. Que dia é hoje?
- Sexta-feira.


- Ah, sim sim! É, então… O que o senhor acha disso?
- É um caso um tanto incomum [aqui começo a estudar o doutor] esse seu. O sintoma base da ansiedade é a preocupação extrema com o passar das horas. Já no seu caso, disse que não se preocupa com isso. [ele tenta me fisgar enaltecendo meu ego com o elogio da raridade]


- … [apenas aguardo, em desafio]
- … [ele me olha, inabalado. está acostumado com isso, afinal]


- …
- Vamos tomar um drink?


- Hã? [essa é nova. nunca pensei que isso pudesse acontecer em meio a uma terapia]
- Um drink nos fará bem. Será mais fácil falar sobre qualquer coisa, e quero te acompanhar pra que não fique essa coisa de formalidade entre nós.

- Bem, eu não esperava por isso. Mas sim, aceito um drink. Bem grande.
- Tudo bem, só não vamos exagerar. Vou tomar a mesma quantidade que você, mas, embora seja o último paciente, depois daqui tenho ainda minha família para me receber.


- Certo.
- …


- …
- …


- Ah, por favor, preciso de mais que isso. Encha até o topo.
- Tudo bem.


- …
- …


- … [e encheu mesmo. haha, ao menos vou fazer ele chegar no brilho em casa]
- Bem, tomemos então um gole inicial, em brinde à eterna solidão do vampiro. [ainda por cima faz graça de meu problema. enfim]


- Er, ok, à eterna solidão do vampiro.
- … [tin]


- … [tin]
- Adoro rum. Embora seja destilado, não desce tão cretino [jesus, já suburbiou o vocabulário?!] quanto vodca, cachaça ou uísque vagabundo. Paga-se um pouco mais, mas vale a pena.


- Sim, sim. [e eu pagando cem reais por essa maldita consulta de uma hora. ao menos vou sair daqui tilintando]
- Bem, então, rapaz. Está se sentindo sozinho agora?


- Bom, doutor, pra falar a verdade não. Estou até gostando [e absurdamente curioso quanto a onde isso vai chegar] do clima, mas, sabe, vim aqui com um propósito.
- Sei, é claro. Eu apenas percebi que o senhor é um rapaz família, amigável e, embora muito quieto e introspectivo, consegue manter um diálogo enquanto muito atento a qualquer ruído, de qualquer dos lados. Mas há aí um pequeno problema.


- Sim? [já senti o brilho do velho Montilla. esse rum é uma pancada decisiva. espero não perder o fio da meada]
- Bem, er, como posso colocar isso, vejamos, hum… [o doutorzito também sentiu a pancada]


- …
- O que acontece é que, meu rapaz, estás depositando muita expectativa quanto ao que os outros pensam. Tanta expectativa, que o que assimilas sobre isso é dez vezes maior do que o que realmente é. Vejamos, como posso eh-… [aqui ele soltou um soluço. já estávamos quase ao fim do primeiro copo] explicar…


- Diga. [comecei a ficar meramente nervoso e, ao mesmo tempo, juro, sem qualquer conotação sexual, excitado. ele adentrara o âmago da questão com o encanto de um mago, embora eu ainda não confiasse nem um pouco nele. além do mais, a duração desse pensamento denota o quão bêbado vou ficar daqui em diante]
- Bem. Vou tentar dar um exemplo.


- …
- Quando você conversa com alguém, sempre há uma sensação de nervosismo, não? Uma dificuldade em estabelecer intimidade, um recesso de confiança, salvo por muito poucas pessoas que você já conhece há tempos. Estou errado? [tive que pensar um pouco pra responder isso]


- Hum… Não, doutor, não está. É isso mesmo que acontece. Eu fico muito nervoso quando converso com as pessoas, sinto como se isso não fosse trazer qualquer diferença ao mundo, e também a elas, e então vou desistindo de falar, quando vejo que não vai resultar em nada.
- Pois bem. Aí já encontro um excesso de expectativa. Está esperando demais do ouvinte, e de menos de ti. É um efeito retardado [retardado? bom, devemos estar bem bêbados e, por que não, “íntimos” mesmo] que se alastra no seu cotidiano. Isso intensifica o sentimento de desistência perante as pessoas e, como você sabe, nós, seres humanos, por mais que tentemos negar, estamos sujeitos, até inconscientemente, a generalizar sensações. No seu caso, a sensação generalizada foi a desistência e, o objeto dessa desistência, a interação com os outros indivíduos.


- …
- Então, por mais que tu converses com as pessoas, que saiba do que elas gostam ou não gostam, o que desperta sensações nelas, o que deves ou não dizer a elas é o que mais importa, e não o fato de ser sincero consigo mesmo e, por fim, com elas, pois tens medo de machucar os outros. [começo a achar que esse cara é a própria personificação de Deus. não sei se encaixo isso na categoria “fedida merda” ou “ufa!”]


- É, doutor! É exatamente isso! [repleto de emoção, sem perceber entrego as cartas ao doutor. fazer o que, já que generalizei tanto essa porra de desistência, melhor desistir mesmo e ver no que toda essa porra vai dar]
- Pois eu te entendo perfeitamente, rapaz.


- Entende?
- É…


- … [aqui ele já nos servia o segundo copo de Montilla. cheio, repleto, e o melhor: sem eu precisar pedir!]
- …


- Ora.
- Ahh! [tragou um bom gole de Montilla e sentou-se na poltrona frente a mim] Então, nosso tempo acabou.


- O QUÊ? [filho da puta!!]
- Haha! Brincadeira! Bem, de fato, acabou mesmo, mas eu gostei de ter um paciente tão complexo, e vamos continuar, a la revelia. [mal terminei meu primeiro gole e o maldito já estava na metade do copo]


- Ahhh, tá bom. Que bacana! [eu realmente não pude deixar de sorrir]
- Então. Voltando ao assunto. Quero aproveitar agora que estamos ambos por livre e espontânea vontade aqui, sentados um frente ao outro, sem qualquer questão sistemática envolvida. Acho que está divertido, não?


- Está sim. [e tá divertido mesmo. diga-se, muito divertido]
- Bem, quero aproveitar pra te contar um pouco da minha história. [ai ai ai… só o que falta agora o sujeito querer dar uma de papai sabe-tudo pra cima de mim]


- Err, tá bom. [e lá vem a maldita generalização de desistência pra acabar com qualquer resistência rebelde-sem-causa que eu possa vir a manifestar…]
- Bem. A história é mais ou menos essa…


- …
- Eu nunca pensei em me especializar na área de psicologia. Sempre tive muito apreço por essa profissão, até quando comecei a ter chiliques de psicopatia e, então, fiz minha consulta com o primeiro e único psicólogo que freqüentei. Era um sujeito pacato, direto e reto, e eu, completamente maluco e com uma vontade louca de sair matando por aí. Pensei: ora, mas que belo contraste! Eu, um assassino mental, dissipando e devorando cada chance de inserção no contexto da realidade, versus [no momento em que ouvi a palavra versus percebi que, desde o começo, ele já sabia dessa barreira inicial a que todo paciente se submete. salve minhas penas, estou diante de um gênio] um simples e objetivo homem que apenas captava três ou quatro em cada duzentas palavras de tudo o que eu falava. Cheguei à sua sala, e ele me recebeu com um sorriso cemiterial. Que engraçado. Naquela época as coisa eram mórbidas e formais. Ainda acho que as duas coisas andam meio unidas.


- Hahahaha! [senti um pouco de vergonha. bem pouco. estava beirando a embriaguez e o sujeito falava com desenvoltura capaz de me fazer voltar mais vinte vezes, na esperança de viver esse momento novamente]
- É engraçado, não? Pois é. Então. Entrei na sala, uma mistura de hospital com biblioteca, mas com um toque de brega, por causa da decoração que tentava deixar a coisa um pouco mais colorida. Sentei, coloquei as mãos nos joelhos, assim como você fez quando chegou aqui…


- Acho que é o padrão, não?
- Certamente. [rimos juntos, os dois já bem bêbados] Bem, ele ficou me olhando por algum tempo e, acredite, bem mais tempo que o necessário. Eu olhava de volta, tentando controlar a minha mais nova vontade de saltar em seu pescoço e lhe sufocar até a morte. Eu era bem porra louca.


- Percebe-se!
- É… [mais risadas. estava ficando ótimo. não me importaria nem um pouco de passar a noite inteira ali] Pra você ver… Ter uma noção.


- Haha!
- Então. Depois daquele silêncio enrustido eu juro, mas juro por tudo o que é mais sagrado, que nunca vi alguém tentar uma introdução com tamanho esforço quanto aquele sujeito. Vi seus lábios se moverem quadrados, como um quebra-cabeça escroto e faltando mais da metade das peças, até que ele despejou a primeira sentença. “O que o traz aqui?”, ele perguntou. “Vim porque não quero matar”…


- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!! [não pude me conter. ele gargalhou junto e continuou]
- …falei. Depois voltei atrás. “Bem, na verdade eu vim porque sinto que quero matar, tenho vontade de matar, acho a vida um saco e quanto mais pessoas eu puder salvar do fardo de viver, melhor. Então, vim porque estou doente, e quero tentar parar de me meter na vida dos outros, porque sinto que se eu continuar me metendo na vida dos outros, uma hora não vai mais é ter vida nenhuma!”


- … [que história!]
- Aí o sujeito me olhou da cabeça aos pés, e depois ao contrário, e depois da cabeça aos pés de novo, e ficou em silêncio. “Bosta!”, pensei. “O que é que eu estou fazendo aqui?”. Que porcaria, não tem nem um minuto de terapia e ao invés de amenizar meu sofrimento só penso em matar mais ainda! Pois bem, o sujeito fez todo aquele esforço novamente, mas agora parecia que estava um pouco mais habituado, teve mais agilidade dessa vez. Proferiu a seguinte sentença: “O senhor toma alguma medicação?”. E eu já puto da cara, repliquei: “Só cachaça.”


[CONTINUA…]

[luc]


[life]


...1

Obstinação
Palavra que me afia
Define
Previne
Ou apenas pouco adia

Do obstinado
A labiosa desvantagem
Fraqueza
Certeza
Ou sua débil qualidade

Pois mesmo carente
De coragem
Haverá de latir
Tal qual cão covarde

Mira!

Ora, mas que mentira!
Sim, pura lábia!
Quando eu disse que tinha você!
E tanto repetira!
Que acreditei!
E meu peito ao bradar-te!
Estufei!
Quando, na verdade!
Eras só minha mira!
Pois logo te apaguei!
E minha ira!
Sanei!

Lonewolf

Toda vez em que estou prestes
 A sofrer da solidão
Sou eu, aquele que estende-me
A mão