Este é meu derradeiro texto para encerrar um sonho em vida
Um sonho que não pode ser, tão concreta é a partida
Daquela que deteve toda uma emoção completa
Que entortou minha espinha, fez minh'alma ereta.
Um episódio onde dois não se uniram em batalha
Contra três ou mais, porém, remoendo migalhas
A epopéia de um que sonhou um dia em realizar
Mas que em sonho ficou, realidade a lhe entortar.
O altruísmo de te querer bem, nas dependências de um amigo
É muito lindo, embora não caiba sequer em meu umbigo.
Cabe a mim dizer que jamais te quis qualquer mal
É só que tua presença não preza um destino carnal.
Nobre é o homem que não teme os seus sentimentos
Sagaz, porém, o que não sucumbe a contratempos
Surgidos de fantasias que tendem a nos sufocar
Sagaz, aquele que roubou bocados de teu ar.
O amor que há de vir, constrói-se em vida
A matéria prima é vencer a partida
Até que a emoção torne a ser completa
Até que a espinha torne a estar ereta
Mas de nada adianta caprichar na janta
Se o fogo, mana da tua vela, não encanta
Sem ter os teus olhos brilhando em meu céu
Estrelas no céu da tua boca, sem mel.
Atravessando as sombras de todas más línguas
A revirar alegorias, tornei-me mar de ínguas
Enfeitado com o aroma de velhas olivas
Não foi preciso tamancos para dançar sob ogivas.
É fato que sempre tomo o ônibus espacial
Rumo àquela novela que reprisa, sem muito sal
Concordo que muito depositei nesta poupança
Que mais cantou meu medo do que sorriu na minha dança.
Mas muito atribuo a ti, sei muito bem disto
É que não sei lidar com o que um dia foi bem quisto
Só posso dizer que muitas oportunidades criei
Mas o dom de esperar - não fez de mim o teu rei.
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