Enfim
Pintada a alma
A mão cansada
Grisalha de giz
Assim
Deixava o corpo
Jazido no sopro
Que nutre a raíz
Já não pesavam-lhe
Nem tudo, nem todos
Então
Talvez o arbusto
Seria mais justo
Final de repouso
Senão
Seria uma linha
Que enxuta desfia
Do furo de um bolso
Deixou-se apenas
Ir.
Sequer
Sentia que valia
A bagagem tardia
Em seu coração
Qualquer —
O seu nome agora
Ou seria aurora?
Talvez, solidão
Já não deviam-lhe
Nem nada, nem ninguém
Alguém
Deixou de existir
Mas sem exaurir
É simples mistério
Também
Pôde viver vida
Senhora florida
Dona cemitério
A moça apenas
Ia.
Porém
Ficou o encanto
Gélido, no entanto
Porque era dor
Amém
Disse quem ficou
Pois quando voou
Caiu dela o amor
Já não faziam-lhe
Nem tempo, nem espaço
Enfim
Lavada a alma
A mão deitada —
Agora era giz
Assim
Deixou o sopro
Levá-la do corpo —
Cruzou a matriz
Tornou-se apenas
Ida.