sábado, 17 de novembro de 2012

Três seis dá nove.

| Das noites sextas

não tenho grana,
não tenho rima,

não há vontades,
jardins de cima,

não tenho fome,
mas tenho sede,

metamorfadas,
voz e a parede.


| Dos passatempos

tirar a roupa,
escovar dentes,

tomar um banho,
jorrar o leite,

vestir o estanho,
sair do azeite,

coçar o saco,
alçar foguetes.


| Das destemências

aguardam sonhos,
olhos de medo,

corpo selado,
cadeado e seco,

aventurança,
é a moça nua,

que não deu mão
ao cruzar a rua.

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