segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Mesmice Materna

Eu vou estar com 40 anos, jogado na cama com meu anjo numa segunda-feira, dormindo até o cu fazer bico após ter ficado o fim de semana inteiro buscando a paz espiritual (e traduzindo um livro desconhecido do Brian Aldiss, que prometerá ser a revelação para o público underground da literatura fantástica), depois de uma semana inteira de intenso trabalho e com todas minhas satisfações pessoais realizadas, além de todas as contas pagas, na minha casa em algum lugar do interior de SC.
De repente, o telefone vai tocar. O relógio marca 18 horas e alguns tantos minutos. Minha menina respira fundo e depois acorda. Falo pra ela me alcançar o telefone enquanto dou-lhe um beijo de boa tarde no pescoço. Ela pega o aparelho, me alcança e põe-se a levantar. Num misto de maresia e parto que é o sentimento de acordar, pensando que talvez seria algum pedido para fotografar um evento, festa, etc, eu disse alô.
Ouço a resposta no outro lado da linha:

- TU CONTINUAS DORMINDO O DIA INTEIRO GURI?

Era minha mãe.

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