Seu espírito surgiu em vivos tons, límpido,
Movia-se como que virgem
De toda a escuridão.
Ela projetou-se contra um lindo arbusto,
De bruços,
E ali se esqueceu.
Como uma linha
Ao libertar-se de um tecido mofado,
Deixou-se apenas
Ir.
Não soubera, até então,
Todo o valor que tinha -
Tão pequena, variada e simples,
Casual,
Natural,
Tão... livre.
Ria, sorria,
Como se fosse a primeira e última vez,
Desafiando o medo de ser engolida
E aquela velha vontade de voltar.
Tinha sabor e forma de vinda,
Mas o cheiro e a memória
Faziam-se
Ida.
Viveu a paz que habitava aquele momento,
Folhas
Massageavam-lhe as costas,
Galhos
Asseguravam sua estadia,
E seu corpo era mero devaneio.
Foi quando percebeu um par de cristais
A despontar dos sonhos
Em suas janelas.
Fundidos no calor daquele momento,
Desceram por suas maçãs
Feito trovão ao descer o céu.
Fecundaram o solo
Com uma esperançosa lembrança que
Um dia,
Quem sabe,
Germinar
Ia.
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