Nascestes, sem escolha, em terreno já ocupado. Porém, culpas não merecerão a ti, desde que não permaneças folgado no evoluir inércio deste solo, que em ti não é presente, passado ou tampouco futuro.
Observa, agora, o solo do teu semelhante. Percebe o drenar vagaroso de tua energia por parte desse chão. Pára e pensa: queres, abaixo de teus pés, um tapete voador ou areia movediça? Que orgulho sentes ao colher as batatas que o outro plantou? Quando menos esperares, estarás preso pela fome e, enquanto estiveres a saciá-la, o outro estará a plantar mais batatas e ocupar mais do chão em que poderias estar plantando agora. Amigo, deixes a fome de lado por um instante. Procura teu próprio solo para que possas plantar, colher e alimentar-te de tuas próprias batatas.
Quando fores dono do teu próprio plantio, haverás de ter sempre à tua porta alguém procurando solo para plantar. Sejas bondoso: ofereças, somente, uma pequena semente. Caso peçam algo mais, fecha tua porta sem hesitar, pois, se não o fizeres, acabarás por perder todo teu plantio. Porém, caso aceitem tua semente, deixes que entrem em teu terreno e ajudem-te a cultivar o plantio.
E se por acaso não encontrares solo por terra, não te preocupa! Acima das nuvens deverás achar solo fértil. Das nuvens, cai a chuva. Originam-se dela novas gotas de vida calmas, brilhosas, cheias de reflexos e mistérios a descobrir-se. Após a chuva, afáveis pensamentos na tenra nuvem afloram. Pensai em todos que, completos e influentes, vinculam-se a estes, constituindo adubo para o teu plantio superior. De algodão angelical é feito o solo que te oferece infinda fertilidade.
Abre teu olho! Para o plantio serás sempre pequeno, porém, nunca deves pensar o mesmo dele. Caso o faças, serás subitamente devorado pelo solo.
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