terça-feira, 17 de abril de 2012

Vidilipendiado

No segundo andar da varanda
Entreguei-me ao piano
E seu vilipêndio
As lindas notas do chopão
Brasaram ao furor de meu incêndio

Recostei-me em meu divã de sonho
Rebusquei a pureza feito índio
E na desmacaquês dos segundos
Soou o suor de meu miocárdio
Bradou o sino cemiterial
Coeso tão quanto infernal

Noturno feito este recital
O fim de mais uma obra
Madrigal

Poesia às escuras (literalmente) ouvindo um nocturno aleatório de Chopin

2 comentários:

Alexandre H. Nicolini disse...

Era a Opus 9 nº1. Nocturno em Bb menor

•Luc• disse...

Muito deliçoso somm. :}