Cansei dessas pobres gatunas
Me sorrindo, enfiando holofotes!
Me olhando, feito eu fosse espelho
Pra maquiar suas caretas torpes!
Tenho nojo dessas oriundas
Elogio seria chamá-las putas!
Gatinhas, ronronando, miando
Dou carinho, elas bicam — e se mandam!
Eu que me achava por felino
Dou vazão agora a meus caninos!
A fúria tornou a ser meu brado
E estou imune a miaus fiados!
Pois a alma de gato escarlate
Ora Deus! Que porra, que baque!
Era apenas um grande ultraje
Disfarçando soturnos enlaces!
Sou lobo, solitário e faminto
Sou só, tão sozinho! — Não minto.
Mas não torno a matar minha fome
Roendo tripas corruptas e podres!
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