terça-feira, 8 de setembro de 2015

Rebecca

Rebecca nasceu.
Olhinhos fechados, toda lambusada.
O cordão cortado
Rebecca chiava.
Nos primeiros meses, não via nada
Um ano depois, já quase andava.
Mas nada falava.

Rebecca crescia.
Perninhas curiosas, e já desmamada.
Expectativas
E Rebecca, nada.
Nos primeiros anos, não falava nada.
Ouvia as lamúrias dos pais
E chiava.

Rebecca cresceu.
Sangrou lá embaixo, toda apavorada.
Acalmou sua mãe –
Rebecca estranhava.
Já tinham sabido: ela não falava.
Da boca de Rebecca, não sairia
Nada.

Rebecca chiou.
Chocante acidente, órfã ficara.
Seus pais, o carro –
Fé dilacerada.
Diante da perda, ela agonizava
Sem achar saída, Rebecca
Gritara.

Nenhum comentário: